1)Hoje, no meio da rua, ouvindo Frank Sinatra, eu percebi: "...You are all I long for, all I worship and adore..." E estava feito o "estrago".
[Algum tempo atrás, li "O Segundo Sexo", da Simone de Beauvoir e fiquei aterrorizada por ter permanecido cega, anteriormente, a todas as representações do meu sexo que, de uma ou outra forma, me distorciam. Pois bem, com o "óculos" da Simone, comecei a enxergar em papéis de parede, cortes de cabelo, roteiros de cinema e letras de música essas tais imagens representativas; entre elas, a que revela a mulher como um ser místico e, em última instância, de uma alteridade inexorável. Eu não queria ninguém me "venerando e adorando", como cantava Sinatra a alguém. Eu queria ser igual a qualquer coisa humana, real e defeituosa.]
2)A cena agora, depois de dois segundos: fones de ouvido retirados e música ainda tocando.
[Será que existe uma realidade onde nós ganhamos a Consciência e a Responsabilidade vem como brinde, um tipo de brinde magnetizado e irresistivelmente atraente?]
3)O que você acha que eu fiz?
[Mas não se esqueça: estamos falando de "Fly Me To The Moon".]
quarta-feira, 5 de maio de 2010
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Jeff Buckley às 5 h da manhã
Qualquer coisa com gemidos e uivos e gritos e choros - esse cara sabe mesmo como me calar. Não tenho sono, só tédio - o que faz com que meus olhos fiquem assim, semicerrados.
Estou fedendo. Acho que ovulando - aí fica pior. Sinto-me coberta de mel e imagino os outros como enormes ursos gulosos. Na minha estupidez, sinto vergonha.
Escrevo para você. Escrevo para você. Você. Você que está em uma situação ainda mais deplorável que a minha - mesmo que esteja no seu melhor traje, com seu melhor perfume, na sua melhor fase, com sua maior conta bancária dos últimos anos e a mais maravilhosa pessoa ao seu lado - porque a grande diferença, a gritante diferença entre mim e ti é a minha consciência; a consciência da estupidez e do ridículo, do findável, do cíclico e do repetitivo de tudo que existe nesse mundo - incluindo sua conta bancária,seus trajes, seus perfume e sua pessoa maravilhosa. É, aposto que ninguém lamentaria não ter essa merda de noção de eterno dájà vu. Realmente, a banalidade é a Náusea pra mim. Mas, ei, você sabe disso, não sabe? Claro que você sabe. E a verdade é que eu e você somos exatamente iguais; porque eu e você acordamos todos os dias, mesmo que no dia anterior tenhamos sofrido a pior tragédia de nossas vidas, e porque engatamos romances sem amor e porque pintamos a casa de verde e porque vamos a psiquiatras, e porque mudamos de bairro, de cidade, de estado, de país... Enfim, porque tentamos.
Agora resta a pergunta: quem é mais ridículo, o pedreiro compenetrado que constrói um muro sabendo que no outro dia ele será derrubado, ou o seu companheiro sentado à beira da calçada com a sensação de que não deve, não precisa fazer nada?
É, precisamos de direção, amigos. Mesmo que seja a errada.
Estou fedendo. Acho que ovulando - aí fica pior. Sinto-me coberta de mel e imagino os outros como enormes ursos gulosos. Na minha estupidez, sinto vergonha.
Escrevo para você. Escrevo para você. Você. Você que está em uma situação ainda mais deplorável que a minha - mesmo que esteja no seu melhor traje, com seu melhor perfume, na sua melhor fase, com sua maior conta bancária dos últimos anos e a mais maravilhosa pessoa ao seu lado - porque a grande diferença, a gritante diferença entre mim e ti é a minha consciência; a consciência da estupidez e do ridículo, do findável, do cíclico e do repetitivo de tudo que existe nesse mundo - incluindo sua conta bancária,seus trajes, seus perfume e sua pessoa maravilhosa. É, aposto que ninguém lamentaria não ter essa merda de noção de eterno dájà vu. Realmente, a banalidade é a Náusea pra mim. Mas, ei, você sabe disso, não sabe? Claro que você sabe. E a verdade é que eu e você somos exatamente iguais; porque eu e você acordamos todos os dias, mesmo que no dia anterior tenhamos sofrido a pior tragédia de nossas vidas, e porque engatamos romances sem amor e porque pintamos a casa de verde e porque vamos a psiquiatras, e porque mudamos de bairro, de cidade, de estado, de país... Enfim, porque tentamos.
Agora resta a pergunta: quem é mais ridículo, o pedreiro compenetrado que constrói um muro sabendo que no outro dia ele será derrubado, ou o seu companheiro sentado à beira da calçada com a sensação de que não deve, não precisa fazer nada?
É, precisamos de direção, amigos. Mesmo que seja a errada.
Ontem eu fui feliz
Acordei essa manhã muito cedo, como se tivesse algum compromisso or something - hoje tive tempo pra meditação matinal (a única válida). Ei-la:
É domingo. Domingo é o dia em que ocorrem mais suicídios no mundo todo - lá pelas 17 h, 18 h - quando as pessoas estão sozinhas e, subitamente, tornam-se niilistas (não tenho medo disso;não).
Não 'estou niilista'. Estou um monte. Um monte de coisa nenhuma, que fica no estômago e faz enjoar (aquela 'Náusea'?).
Qualquer coisa me salva hoje. Não tenho escudos nem armas, só essa cara-de-coisa-nenhuma.
Acho que usar uma máscara é o melhor que posso fazer nessa circunstância.
Vou usar a máscara de ontem - ontem eu fui feliz; Sem causa nenhuma, a não ser a biológica/química/física - a incontrolável.
Mas hoje eu decidi: não viverei as surpresas de hoje; Viverei a felicidade, a estupidez... De ontem.
É domingo. Domingo é o dia em que ocorrem mais suicídios no mundo todo - lá pelas 17 h, 18 h - quando as pessoas estão sozinhas e, subitamente, tornam-se niilistas (não tenho medo disso;não).
Não 'estou niilista'. Estou um monte. Um monte de coisa nenhuma, que fica no estômago e faz enjoar (aquela 'Náusea'?).
Qualquer coisa me salva hoje. Não tenho escudos nem armas, só essa cara-de-coisa-nenhuma.
Acho que usar uma máscara é o melhor que posso fazer nessa circunstância.
Vou usar a máscara de ontem - ontem eu fui feliz; Sem causa nenhuma, a não ser a biológica/química/física - a incontrolável.
Mas hoje eu decidi: não viverei as surpresas de hoje; Viverei a felicidade, a estupidez... De ontem.
Unhas Vermelhas
Estragadas, quebradas, concretas, perfeitas. A apresentação da unha vermelha pode oscilar infinitamente, mas ela sempre carrega consigo qualquer coisa muito mística – um misto de pavor e luxúria (será assim com toda superfície?); o poder da cor é notório.
O agente – o corajoso e talvez alienado agente – reproduz em sua face, durante o ultraje, um olhar obstinado, vencedor, hipnotizado. Essa manhã cometi esse ultraje.
Recebi de meus espectadores do cotidiano olhares que variavam do desprezo à fascinação. Senti fortemente a notabilidade absurda - sabia da aparente gratuidade de minha ação. Engraçado perceber como, às vezes, o absurdo é irrelevante, não?
De fato, uma alegria silenciosa tomou conta de mim, pois sabia que estava angariando a simpatia de muitos, sem precisar cativar ninguém através das palavras - o que é sempre muito desgastante.
Para você, então, que, como eu, acorda de vez em quando com uma ignominiosa preguiça mental, saiba que a superfície pode sempre oferecer uma salvação.
O leitor pode argumentar, entretanto, “e nas outras vezes? Naquelas em que sou tão denso que estou fadado a afundar nas profundezas – nessas vezes, o que farei?” Eu só saberia retrucar com uma única frase: você sempre achará companhia, portanto sempre haverá a contingência do amor e esse, amigo, não é nada superficial.
Um viva, portanto, ao amor, às unhas vermelhas (que tanto combinam com esse sentimento), à tristeza e ao clareamento dental – um viva à indispensabilidade de cada um.
O agente – o corajoso e talvez alienado agente – reproduz em sua face, durante o ultraje, um olhar obstinado, vencedor, hipnotizado. Essa manhã cometi esse ultraje.
Recebi de meus espectadores do cotidiano olhares que variavam do desprezo à fascinação. Senti fortemente a notabilidade absurda - sabia da aparente gratuidade de minha ação. Engraçado perceber como, às vezes, o absurdo é irrelevante, não?
De fato, uma alegria silenciosa tomou conta de mim, pois sabia que estava angariando a simpatia de muitos, sem precisar cativar ninguém através das palavras - o que é sempre muito desgastante.
Para você, então, que, como eu, acorda de vez em quando com uma ignominiosa preguiça mental, saiba que a superfície pode sempre oferecer uma salvação.
O leitor pode argumentar, entretanto, “e nas outras vezes? Naquelas em que sou tão denso que estou fadado a afundar nas profundezas – nessas vezes, o que farei?” Eu só saberia retrucar com uma única frase: você sempre achará companhia, portanto sempre haverá a contingência do amor e esse, amigo, não é nada superficial.
Um viva, portanto, ao amor, às unhas vermelhas (que tanto combinam com esse sentimento), à tristeza e ao clareamento dental – um viva à indispensabilidade de cada um.
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
"Scenic World" - Beirut
"The lights go on
The lights go off
When things don't feel right
I lie down like a tired dog
Licking his wounds in the shade
When i feel alive
I try to immagine a careless life
A scenic world where the sunsets are all
breathtaking"
- Olhos marejados.
The lights go off
When things don't feel right
I lie down like a tired dog
Licking his wounds in the shade
When i feel alive
I try to immagine a careless life
A scenic world where the sunsets are all
breathtaking"
- Olhos marejados.
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Você é dispensável. Sua loucura sutil é a mais agressiva de todas. Suas palavras são dissimuladas e suas ações não passam de coreografias sem sincronia com o musical da sua vida.
O desespero e o medo estão estampados no seu rosto, na sua voz, nas suas incoerências.
O desejo da conquista e da admiração são os vermes da maçã podre que é você.
...
Espero mesmo que venha a reconhecer-me como a única perfeita do Universo. Amém.
O desespero e o medo estão estampados no seu rosto, na sua voz, nas suas incoerências.
O desejo da conquista e da admiração são os vermes da maçã podre que é você.
...
Espero mesmo que venha a reconhecer-me como a única perfeita do Universo. Amém.
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
I don't feel like writing.
But I'll write something anyway.
Começando por você. Você que não sabe o quanto é importante, porque eu não te falo. Ou talvez porque você simplesmente não consiga acreditar...em ninguém.
O pior de tudo é que vemos espelhos por toda parte... Mas alguns são mais nítidos que outros. Você é um espelho nítido demais.
O que a gente causa um no outro? Até quando sobreviveremos para falar em alto e bom som o que queremos?
Nós não somos simplesmente complicados demais?
DESNECESSARIAMENTE complicados.
I wish we were cats. Nossa vida seria apenas lamber e morder um ao outro o dia inteiro e, eventualmente, cair da sacada.
:)
Começando por você. Você que não sabe o quanto é importante, porque eu não te falo. Ou talvez porque você simplesmente não consiga acreditar...em ninguém.
O pior de tudo é que vemos espelhos por toda parte... Mas alguns são mais nítidos que outros. Você é um espelho nítido demais.
O que a gente causa um no outro? Até quando sobreviveremos para falar em alto e bom som o que queremos?
Nós não somos simplesmente complicados demais?
DESNECESSARIAMENTE complicados.
I wish we were cats. Nossa vida seria apenas lamber e morder um ao outro o dia inteiro e, eventualmente, cair da sacada.
:)
Inspiradíssima.
Pegue aquele telefone, pois, e bata-o em sua cabeça ininterruptamente (ou até que perca a consciência).
Moralmente atingida.
Muito. Muito mesmo. Sinto-me como a camada de ozônio em relação a seu buraco. Qualquer coisa ultrajante.
Haha.
I'm so full of shit.
Maaaaaaaaas o fato é que toda minha moral teórica restante tem-se feito caco nos últimos dias. Pensando bem, caco não, porque daí ela teria algum poder de causar sofrimento, dor. Pó fica melhor (e assim ela ainda é cheirável, podendo dar algum barato!).
;]
Haha.
I'm so full of shit.
Maaaaaaaaas o fato é que toda minha moral teórica restante tem-se feito caco nos últimos dias. Pensando bem, caco não, porque daí ela teria algum poder de causar sofrimento, dor. Pó fica melhor (e assim ela ainda é cheirável, podendo dar algum barato!).
;]
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Consulta psicanalítica profícua
É aquela em que se assume que a culpa é dos pais, e o seu dever é abstrair.
(Como a de hoje.)
(Como a de hoje.)
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
Queria ser um vírus
No brain,
no pain.
(E com a vantagem de poder resolver o problema da superpopulação.)
no pain.
(E com a vantagem de poder resolver o problema da superpopulação.)
Mimo
Perguntaram ao caçula o que ele queria de Natal. "Simples", respondeu, "quero tudo o que Paula ganhar, em dobro!". Sua atitude, verdadeiramente genial, o deixou exultante, principalmente por não ter lógica nenhuma.
Dez dias depois, na véspera, Paula sofre um acidente - bate a cabeça no vaso sanitário e morre pouco tempo depois - hemorragia.
Mãe: "Acredite, não era isso que eu queria, mas você é quem decide".
Sangue.
Horas depois, assistem ao enterro. Dois caixões. O do caçula é o maior.
Dez dias depois, na véspera, Paula sofre um acidente - bate a cabeça no vaso sanitário e morre pouco tempo depois - hemorragia.
Mãe: "Acredite, não era isso que eu queria, mas você é quem decide".
Sangue.
Horas depois, assistem ao enterro. Dois caixões. O do caçula é o maior.
Hipomaníaca e caindo...
Pois é, são 5h35 da manhã e minha empolgação repentina de ontem à noite já está quase totalmente extinta.
Puxa, tinha tanta coisa pra falar... Estou com medo, ainda.
Quem sabe amanhã.
Puxa, tinha tanta coisa pra falar... Estou com medo, ainda.
Quem sabe amanhã.
Preâmbulo
Resolvi criar esse blog com o objetivo único de confessar todos os meus pensamentos sem censuras morais (e não-morais). Enfim, falarei sobre o que tiver vontade.
Assinar:
Postagens (Atom)